Diz-se que o ignorante é mais feliz.
Não sei se é uma verdade, porém creio que ele seja menos infeliz. Normalmente associa-se a ignorância às classes sociais inferiores, parte disso deve-se ao fato das pessoas pertencentes a elas serem menos conscientes. Na condição de extrema pobreza o individuo sofre de desnutrição, o que gera uma incapacidade de pensamento elaborado, a preocupação se resume a fome. Já em classes operárias acontece a exaustão da condição física por meio do trabalho pesado. Ao final do dia a única preocupação é com o descanso.
O ser dito inteligente não sente-se satisfeito em permanecer inerte, necessita se expandir. Gasta sua energia com o intelecto. Estuda, lê, informa-se, por consequência torna-se mais consciente. Desta consciência surge inevitavelmente a tristeza. O ser percebe a condição do mundo que o cerca e de sí mesmo, a falta de coerência, a podridão, a inutilidade e a inercia. Percebe sua condição de incapacidade, sente-se como um doente que sofre uma operação sobre o efeito de uma anestesia que não lhe priva dos sentidos mas o priva da capacidade de ação, sente a navalha a lhe cortar mas não é capaz de fazer nada para parar o processo.
Daí surge o stress, ocasionado pelo peso dos problemas tanto exteriores quanto interiores. A consciência sobrecarrega o ser ao ponto do mesmo não mais suportar. Em razão da não exteriorização por meio da ação, impossível devido a massificação da ignorância, o stress se acumula até o ponto em que não é mais possível ser contido, o resultado é o colapso nervoso. Sem motivo aparente o ser explode, em raiva, carência e insanidade.
Excluíndo-se o suicídio a solução seríam doses ocasionais de alienação, de Soma. Infelizmente após o efeito a consciência retorna, ainda mais forte, o próprio Soma torna-se ineficaz. O ser consciente não consegue enganar-se.
Parece que a inteligência, resultado da evolução, tornou-se conflitante com a própria evolução. Talvez a inteligência, da forma que a apresento, não seja realmente inteligência, pelo menos no ponto de vista evolutivo. Quanto mais consciênte torna-se o ser, mais ele percebe como é imbecil e limitado.
Minha cabeça não pára de girar e se remoer. Tudo contitui um circulo vicioso, um eterno retorno, de onde me é impossível escapar.
domingo, 5 de julho de 2009
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